#15 Descansa militante I: 6 filmes água com açúcar para esquecer do Brasil 2022
Você também cansou de problematizar e tá afim de emburrecer como eu? Então, essa lista maravilhosa é para você!
Cheguei a um ponto em que cansei de buscar conhecimento e estou absolutamente saturada do militante classe média de internet que só posta lacração, problematiza até um peido e acha que política é fazer parte de um grande fã clube.
Para o bem da minha saúde mental, meu objetivo é emburrecer, desassociar e consumir o máximo de conteúdo leve e divertido para ver se a cabeça dá uma aliviada.
Os filmes água com açúcar nos serviços de streaming são parte importantíssima desse processo de alienação intensa. Por isso, vim compartilhar alguns dos meus melhores achados para que você possa desfrutar dessa agradável experiência também.
6 filmes água com açúcar para se alienar nas horas livres
Não sei se você está familiarizada com o termo “água com açúcar”. Acredito que sim, mas caso não esteja, te explico: filmes águas com açúcar são aqueles românticos, bobinhos, que não forçam muito o cérebro.
Se decidir seguir minhas recomendações, faça a sua parte e assista sem ficar “ah machismo”, “ah só tem branco nesse elenco”, “olha que comentário gordofóbico”, “nossa, que heteronormativo”. É para desligar a mente até cair babinha do canto da boca, ok? Descansa militante!
*Todas as imagens foram retiradas do Google Imagens.
1. Amor com data marcada (Holidate) no Netflix
Eu não poderia começar essa lista de outra forma. Desde que o assisti pela primeira vez, esse é meu filme curinga, que levanta o astral nos dias ruins e mantém a alegria quando tudo vai bem.
Amo filmes de natal e esse, além de natal, tem todos os feriados possíveis e fala sobre o incomodo que é enfrentar as festas de família quando se é solteiro numa idade em que supostamente você deveria estar namorando - história da minha vida kkkkk.
Sloan (nepobaby Emma Roberts) conhece Jackson (o lindo padrãozinho Luke Bracey) no shopping enquanto trocam presentes que receberam em confraternizações natalinas aterrorizantes. Então, decidem passar o ano novo juntos, mas apenas como holidates, pessoas que saem juntos nas datas comemorativas para não terem que aparecer sozinhas e causar constrangimentos.
Aí é uma coisa meio enemies to lovers, de “inimigos” que acabam se apaixonando, o que é um grande clichê, mas muito apreciado por mim. É engraçado, fofinho, tem coisas bem fora da realidade, mas que arrancam suspiros e risadas. Se você não gastar um segundo problematizando, vai com certeza ter uma experiência audiovisual das mais agradáveis.
Nota 10 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
2. Combinação Perfeita (A perfect pairing) no Netflix
Esta recomendação vem diretamente da minha mãe, a especialista em filmes água com açúcar, a pessoa que me iniciou nesse caminho. Assisti recentemente no ônibus, voltando de São Paulo e tornou minha viagem - que tinha idosas gritando em chamadas de vídeo sem fone, passageiros há assentos de distância socializando entre si e criança chutando minha cadeira sem parar e a mãe fingindo que não estava vendo - 38% mais agradável.
A trama é bem clichê: Lola (Victoria Justice) se demite de forma dramática do seu emprego em uma grande importadora de vinhos na Califórnia e resolve abrir seu próprio negócio, indo atrás de uma grande cliente numa fazenda/vinícola na Austrália. Amo que sempre que americanos precisam se encontrar, eles vão para algum país “exótico” viver sua grande jornada.
Lá, ela conhece Max (Adam Demos), o administrador bonitão da fazenda, aí rola um “de inimigos a amigos” entre eles e muitas outras trapalhadas, mas ela, com sua perseverança e carisma, conquista a todos, inclusive o bonitão. Porém, obviamente, há uma situação que impede que eles fiquem juntos, bla bla bla.
O fino do entretenimento, com belas paisagens, sotaque australiano gostoso e bichinhos fofinhos para fazer “oun”. Vale a pena ver!
Nota 9,5 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
3. Volta para mim (I want you back) no Prime Video
Esse filme me ganhou pelo elenco: Jenny Slate, atriz engraçada que faz a irmã do Jean-Ralphio em “Parks em Recreation”; Charlie Day, um dos criadores e ator da genial politicamente incorreta “It’s always sunny in Philadelphia” (Star+) e Manny Jacinto, o Jason de “The Good Place” (Netflix). Recomendo fortemente as três séries!
Peter (Charlie Day) e Emma (Jenny Slate) tomam um pé na bunda de seus respectivos parceiros depois de relacionamentos longos. Os ex logo conhecem pessoas novas e começam relacionamentos sérios enquanto os dois ainda estão de luto pelo fim - um clássico da vida real.
Eles trabalham no mesmo prédio e se conhecem na escada de incêndio quando dão uma pausa no trabalho para sofrer. Então, uma coisa leva a outra e os dois se unem para destruir os relacionamentos atuais dos seus ex com planos mirabolantes que desafiam a verossimilhança.
Um pouco caótico, mas divertido e traz umas reflexões interessantes sobre comodismo e insatisfação com a vida. Porém, não recomendo focar muito nessa parte para não desvirtuar do propósito dessa lista.
Nota 8,5 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
4. Clube da Luta para Mulheres (Chick Fight) no Prime Video
Esse filme é um cristalzinho e tem tudo para distrair sua cabeça do desejo de assistir aquela entrevista com aquele verme naquele jornal muito relevante em todo território nacional. Está muito perto de fazer isso com você mesma? Corre para a Amazon, dá play nesse filme e faça valer o dinheiro que você dá para o Jeff Bezos todos os meses.
Anna (Malin Akerman) é uma mulher adulta que tem um café que ninguém frequenta e muitas dívidas. Um dia, ela e sua melhor amiga, a hilária polícial Charleen (Dulcé Sloan), fumam um baseado no café, Anna derruba a ponta no chão e boom, o café pega fogo e ela perde tudo porque não tinha seguro.
Charleen então decide levá-la a um lugar secreto, um Clube da Luta só para mulheres para que ela possa, através da violência, extravasar seus sentimentos e encontrar um caminho na vida. Anna acaba descobrindo que ela tem uma ligação pessoal com esse espaço e também conhece o Dr. Roy (Kevin Connoly), um médico, irmão de uma das membras do clube, que presta socorro voluntário às lutadoras.
E aí começa a jornada dela, aprendendo uma nova habilidade, o que é apenas uma metáfora para o seu crescimento pessoal e bla bla bla. O treinador dela é o Alec Baldwin e a arqui-inimiga dela é a Bella Thorne - absurdamente gata.
Nota 9 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
5. Alguém Avisa? (The Happiest Season) na HBO Max
Há boatos de que a HBO Max está com os dias contados e eu espero que não porque assinei com um preço promocional excelente e amo o catálogo da plataforma. Então, caso seja verdade, sugiro que corra para assistir esse filme de natal LGBT, que dá margem a problematizações. Porém, seja melhor que isso e assista sem problematizar hahahaha - repito isso porque sei que militar é um vício.
Harper (Mackenzie David) namora com Abby (Kristen Stewart) e elas vão passar o natal com a família de Harper. Uau, que lindo, só que não. Harper ainda está no armário e mente para a família, dizendo que Abby é uma amiga hetero orfã, que não tem com quem passar as festas de fim de ano.
Daí já dá para imaginar as confusões e dramas que a situação gera. Além da rainha das sapatões, Bella Swan, temos Allison Brie, de “Glow” e “Community” (ambas no Netflix), no papel da irmã competitiva de Harper e Aubrey Plaza, a adoravelmente ameaçadora April Ludgate de “Parks and Recreation”.
Como amo filmes de natal e lésbicas, esse merece uma sólida nota 10 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
6. Palm Springs no Star+

Esse aqui também é um dos meus favoritos e só não assisto tanta frequência quanto “Amor com data marcada” porque ele me provoca muitos sentimentos e acabo chorando e a proposta dessa lista é exatamente o oposto disso. Nada se sentimentos profundos, aqui o negócio é flutuar nas superfícies.
Nyles, o gostoso do Andy Samberg, também conhecido como Jake Peralta de “Brooklyn 99” (Netflix), o narizinho mais sexy de Hollywood, fica preso num buraco no tempo e revive a mesma festa de casamento várias vezes com Sarah (Cristin Milioti), a irmã da noiva.
Isso é tudo que eu vou dizer sobre a história porque senão vou dar spoiler. No elenco, tem o J.K. Simmons - para mim, o eterno pai da Juno, um outro filme que recomendo caso você viva em outro planeta e ainda não tenha assistido. Ele faz um personagem muito interessante sobre qual não vou dizer nada, é claro. Só assista e me agradeça depois!
Nota 10 na escala Vivi de filmes maravilhosos!
Gostou dessas dicas?
Aqui tem mais: #4 Uma listinha de filmes, séries e podcasts em francês
E aí, pronta para maratonar essas pérolas do cinema comercial e conter o impulso de discutir com seu parente que vota no capeta e aquela ex amiga que só posta asneira?
Tem outras sugestões de filmes água com açúcar? Deixe nos comentários!
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